A alta frequência com que máquinas de sorvete do McDonald’s quebram chegou a virar motivo de memes nas redes sociais nos Estados Unidos, mas a situação ficou mais séria: segundo informações do “The Wall Street Journal”, a Comissão Federal de Comércio (FTC na sigla em inglês) entrou em contato com a rede de fast-food para entender, afinal, por que esse problema é tão recorrente. (leia mais abaixo)
A FTC é uma agência independente do governo dos Estados Unidos, cujo objetivo é combater monopólios e proteger o consumidor. Com as máquinas do McDonald’s constantemente quebradas e apresentando falhas, os clientes não conseguem obter produtos como milkshakes, casquinhas e produtos McFlurry, a linha de sorvetes batidos da marca. (leia mais abaixo)
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A situação parece cômica, e por isso é alvo de piadas na internet, mas também é uma dor de cabeça constante para consumidores e proprietários de filiais: as máquinas de sorvete, de acordo com a reportagem, correspondem a 60% das vendas de sobremesas do McDonald’s nos EUA. E a culpa disso tudo parece estar, em boa parte, na complexidade do sistema das máquinas. (leia mais abaixo)
Proprietários de lanchonetes da rede reclamam que as máquinas são excessivamente complexas, o que torna difícil consertá-las rapidamente. Elas exigem um ciclo noturno de limpeza por calor, que pode durar até quatro horas, para eliminar bactérias. Mas esse ciclo pode falhar, tornando as máquinas inutilizáveis até que um técnico venha consertá-las. Outro desafio é lidar com o sistema de aviso de falhas que os equipamentos emitem. Os códigos usados não são simples de decifrar. (leia mais abaixo)
Alvo de piadas
Até mesmo a rede de fast-food já admitiu o problema e brincou com ele nas redes sociais: no ano passado, o Twitter oficial do McDonald’s escreveu que “temos uma piada sobre nossa máquina de sorvetes, mas temos dúvidas se ela vai funcionar”. (leia mais abaixo)
A situação foi tão longe que um site chamado McBroken (em português, algo como McQuebrado) foi criado para monitorar onde há máquinas de sorvete disfuncionais por todo o mapa dos EUA. A plataforma informa a porcentagem de máquinas quebradas em cada cidade e ainda exibe a média nacional do problema. (leia mais abaixo)
No momento, por exemplo, 10,5% de todas as máquinas de sorvete no país não estão funcionando, segundo o McBroken. Na cidade de Nova York, porém, o número é bem mais alto: 28,5% das máquinas estão quebradas. (leia mais abaixo)
Manutenção complexa
As máquinas de sorvete do McDonald’s são produzidas por uma empresa chamada Taylor. É a mesma fabricante que fornece máquinas para outras redes de fast-food populares por lá, como Burger King, Wendy’s e In-N-Out. No entanto, o fato de que o problema parece ser exclusivo do McDonald’s deixa os consumidores intrigados. (leia mais abaixo)
O McDonald’s, informa o jornal, diz “entender as frustrações” e promete trazer novidades, incluindo novos treinamentos para funcionários e checagens e manutenção constantes dos equipamentos. (leia mais abaixo)
Segundo informações do site IFLScience, o problema principal está no modelo usado pelo McDonald’s, identificado pelo nome de C602. Diferente dos usados pelos concorrentes, ele só pode ser reparado pelos técnicos da própria Taylor. Essas máquinas C602 emitem mensagens de erro consideradas confusas, como, por exemplo: “ERROR: XSndhUIF LHPR>45F 1HR LPROD too VISC”. (leia mais abaixo)
Chegou-se a um ponto em que uma terceira empresa, chamada Kytch, começou a oferecer um dispositivo para ser instalado nas máquinas, que avisa os proprietários de filiais do McDonald’s quando elas estão disfuncionais. Os alertas disparados pelo dispositivo em inglês mais claro são enviados por celular e email, e podem prevenir danos às máquinas, segundo a companhia. O McDonald’s, porém, se diz contra o uso do produto, que não é autorizado. (leia mais abaixo)
A Taylor se defende dizendo que suas mensagens de erro são entendidas de forma simples, bastando uma checagem nos manuais das máquinas. “Não há razão para nós propositalmente desenharmos um equipamento confuso ou difícil de consertar ou que possa machucar os operadores dele”, disse o representante da empresa. “Muito do que está sendo dito pode ser atribuído à falta de conhecimento do equipamento e de como ele é operado em restaurantes”, acrescenta. (leia mais abaixo)
Essa opinião não está em consonância com o que diz Jim Lewis, proprietário de um McDonald’s por 32 anos em Nova York, até se aposentar em 2019. Ouvido pelo “The Wall Street Journal”, ele diz que “a máquina de sorvete é tão superengenhosa que chega a ser boba. Às vezes, a simplicidade é melhor.” (leia mais abaixo)
Investigação
A notificação da FTC ao McDonald’s faz parte de um escrutínio que o governo de Joe Biden, que assumiu a presidência no início do ano, está fazendo de vários produtos. As informações do WSJ dão conta de que a agência deseja saber como o McDonald’s avalia seus fornecedores e equipamentos. (leia mais abaixo)
No entanto, trata-se de um inquérito preliminar, e, segundo a agência, não significa que há suspeita sobre atividades de má fé.
*Fonte: UOL