Policial federal de Campos na equipe de transição de Lula

É membro do Grupo Técnico que trata do tema do desarmamento

Foto: reprodução.

O policial federal Roberto Uchôa, que atua em Campos, está na equipe de transição do governo do presidente eleito Luis Inácio Lula da Silva (PT), que se encontra reunida no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, nos dias que antecedem a posse de Lula, a partir de primeiro de janeiro. Graduado em Direito pela Uerj, pesquisador associado ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mestre em sociologia política e especialista em segurança pública, Uchôa é um dos críticos da política do atual governo de proliferação de armas. “Uma arma de fogo não é brinquedo. São instrumentos feitos para matar e devem ser tratadas com muita seriedade”, postou Roberto Uchôa em suas redes sociais. (leia ais abaixo)

O especialista defende um maior protagonismo dos municípios na definição de uma política de segurança pública. “Eu sou a favor de uma participação maior dos municípios na segurança pública, mas está faltando um balizamento legal que oriente a forma como isso deve ser feito”, ponderou. (leia ais abaixo)

Representante do Sindicato dos Policiais Federais do Rio em Campos, Uchôa também critica a participação do Exército no controle de armas e defende a implantação de uma agência nacional para o setor. “Devíamos aproveitar esse momento e tirar o Exército de qualquer atribuição relacionada ao controle e circulação de armas de fogo. Já está provado que eles não têm o necessário preparo para fazer um trabalho adequado. Está na hora do país criar uma Agência Nacional de Armas”, propõe. (leia ais abaixo)

Roberto Uchôa, lembra, entretanto, que a implantação de políticas de segurança pública passa pelo Congresso Nacional recentemente eleito. (leia ais abaixo)

“Não basta escolher o candidato ou candidata a presidente. São os representantes do Senado e da Câmara que irão apoiar ou não as políticas públicas apresentadas pelo presidente eleito. Não basta trocar apenas o presidente”. (leia ais abaixo)

Autor do livro “Armas para quem?”, Uchoa critica também os CACs (categoria que reúne caçadores, atiradores e colecionadores) que desfrutam de flexibilização das leis para porte e aquisição de armas, uma das bandeiras do governo Jair Bolsonaro. O número de novos registros de armas para CACs aumentou em mais de 300% nos últimos 12 meses. (leia ais abaixo)

O especialista esmiúça o esquema que possibilita a expansão dos CACs e a conexão entre os mercados legal e ilegal do mercado de armas. “Cursos que preparam CACs para combate urbano são a nova onda. Instrutores chegam a cobrar quase R$ 1 mil por aluno para ensinar CACs a reagirem a assaltos. Como tenho dito, não é pelo esporte, mas pelas armas. As pessoas não estão se registrando como CACs para irem algumas vezes por ano a clubes de tiro. Elas querem circular armadas, alguns por medo, outros pela falsa sensação de segurança que uma arma oferece, mas tem também muita gente tentando compensar duas frustrações pessoais com uma arma de fogo. É pelo poder que ela representa”.   (leia ais abaixo)

Roberto Uchôa também demonstra apreensão quanto às conexões que interligam os mercados legal e ilegal, além do lobby para facilitar a compra de armas. “Através de roubos e furtos, os criminosos seguem se armando”, assinala. (leia ais abaixo)

Uchôa reitera ainda a mesma preocupação com os aliados de Bolsonaro em suas manifestações antidemocráticas nas ruas e proximidades dos quartéis. “Bolsonaro chegar onde chegou mostra o buraco civilizatório em que nos encontramos. Essa turma que gravita ao seu redor representa o que temos de pior na sociedade. Eles não titubeiam em perseguir, atacar e ameaçar quem pensa diferente”.

 

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