O Governo do Estado recebeu, nesta terça-feira (23/05), os resultados dos exames que descartam a ocorrência da Influenza Aviária (H5N1) em moradores de São João da Barra, litoral Norte do estado. A análise foi realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em amostras de sangue de quatro pessoas que tiveram contato com uma ave silvestre contaminada pelo vírus naquele município. A informação foi repassada às secretarias de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento (Seappa) e de Saúde (SES-RJ), que reforçaram ações de monitoramento e prevenção contra a doença.
O Ministério da Agricultura decretou, na segunda-feira (22/05), emergência zoosanitária em todo o território nacional, que tem como objetivo evitar que a doença chegue à produção de aves de subsistência e comercial, além de preservar a fauna e a saúde humana.
Até o momento, o RJ tem um caso de ave silvestre identificada com o vírus. A Secretaria de Agricultura prepara um Plano de Contingência que vai orientar as ações de enfrentamento voltadas, principalmente, para as áreas de produção aviária. O objetivo é estabelecer medidas de prevenção e controle da Influenza Aviária Altamente Patogênica em aves domésticas, silvestres e exóticas, bem como estabelecer um fluxo de informação entre os órgãos envolvidos por tratar-se de uma zoonose grave e que possui um potencial pandêmico. Busca, também, detectar precocemente a doença e conter a disseminação no Estado do Rio de Janeiro.
– Estamos trabalhando firmes para executar todas as ações necessárias de combate à influenza aviária. Aos nossos produtores de subsistência e avicultores comerciais, informamos que todas as medidas sanitárias estão sendo devidamente adotadas pela Defesa Agropecuária estadual, visando ao atendimento imediato das notificações de suspeita da influenza aviária nas aves silvestres no estado. É importante lembrar a todos os criadores de aves de corte ou postura que é obrigatório estar cumprindo as medidas de biosseguridade nas suas granjas, como determina a legislação vigente – destaca o secretário de Estado de Agricultura, Dr. Flávio.
O órgão alerta, ainda, que a população deve evitar contato direto com aves caídas, mortas ou não, domésticas, silvestres/exóticas e silvestres migratórias, mamíferos aquáticos (qualquer espécie). Qualquer suspeita de animal contaminado deve ser comunicada imediatamente à unidade da Defesa Agropecuária da região ou à Coordenação de Vigilância Ambiental do seu município.
As autoridades estaduais seguem monitorando possíveis casos e orientando os municípios e a população. Os técnicos da Vigilância em Saúde da SES-RJ ressaltam que não há motivos de preocupação para a população sobre epidemia de H5N1, pois no momento não há transmissão direta, de pessoa para pessoa. É importante lembrar que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves e nem de ovos. As infecções humanas pelo vírus da Influenza Aviária ocorrem por meio do contato direto com aves infectadas (vivas ou mortas).
– É importante manter a população informada. Já realizamos reuniões e mobilizamos todos os centros de controle de vigilância do nosso estado – disse o secretário de estado de Saúde, Dr. Luizinho.
A SES-RJ orienta que profissionais das unidades de saúde sigam atentos, durante a triagem e o atendimento médico, a casos de síndrome gripal em pacientes que tiveram contato com animais silvestres. Havendo suspeita, a coleta de amostras é recomendada, independentemente do dia de início dos sintomas, incluindo os casos em unidade de terapia intensiva (UTI). O diagnóstico por RT-PCR é considerado o método padrão-ouro e deve sempre ser adotado para obtenção dos resultados laboratoriais.
Orientação aos criadores de aves
A Secretaria de Agricultura aconselha criadores de aves de corte ou postura que intensifiquem as medidas de biosseguridade das granjas. Devem ser tomados cuidados como proibir terminantemente qualquer tipo de visita às unidades de produção; conferir cercamento de núcleo e telamento de galpão; manter o portão de acesso das propriedades fechado; desinfectar veículos em pleno funcionamento e materiais que acessem as granjas; ter cuidados com ração e água e restringir criação de aves pelos funcionários.