(Assista vídeo da entrevista ao final da página) – Postado por Fabiano Venancio – Campos elegeu a agricultura como uma das alavancas necessárias do desenvolvimento regional, garante o secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca, o professor Almy Junior, que contabiliza avanços como 2.500 km de estradas de leito natural recuperadas e outras com 150 km de asfalto reconstruídas que beneficiam um universo de 8 mil produtores rurais, sendo 6.500 agricultores familiares no município. No balanço de realizações de sua gestão e do governo Wladimir Garotinho, que fez em entrevista ao jornalista Fabiano Venancio, do Campos 24 Horas, nestes quase três anos de gestão, o secretário admite que, ao assumir a pasta, teve que “começar do zero”. (Leia mais abaixo)
— Tivemos que começar do zero. Não tínhamos nada na secretaria. A secretaria não tinha nenhuma condição de ajudar o produtor em absolutamente nada. Não tinha uma sede decente pra receber o produtor. Não havia veículos e máquinas pesadas para atender o agricultor como patrol, trator ou uma retroescavadeira. E mais do que máquinas, pessoas, que é o principal. Gente para ajudar o produtor a não desistir na execução de uma tarefa inviável ou complexa do ponto de vista técnico. Não havia zootecnista, um veterinário ou um engenheiro agrônomo — disse Almy. (Leia mais abaixo)
Num município cuja extensão territorial é de 4. 032,487 km² , o programa Estradas do Produtor assume importância fundamental para que o agricultor possa escoar sua produção. (Leia mais abaixo)
— Sou filho de produtor rural, e o que o agricultor busca primeiramente é ter estrada para o escoamento da produção. O prefeito Wladimir Garotinho e o vice-prefeito Frederico Paes, em seu programa de governo, definiram a agricultura como uma das alavancas necessárias para o desenvolvimento local e regional. E neste programa, a recuperação das estradas é algo fundamental. Já são 2.500 km de estradas de leito natural feitas e refeitas, outras 150 km de estradas de asfalto que foram reconstruídas na região do Zumbi, Sant´Ana, Conceição do Imbé, Lagoa de Cima e Rio Preto. Sem estradas não há desenvolvimento. (Leia mais abaixo)
O custo da atividade agrícola fica muito alto com estradas ruins ou sem condições de tráfego, avalia Almy. “É muito ruim porque resulta num caminhão quebrado, que não chega para pegar o leite na hora certa, nem o ônibus pra levar o filho produtor para a escola ou a ambulância para socorrer alguém com alguma patologia. Em Campos, havia estrada que não via uma máquina há 30 anos”, enfatiza. (Leia mais abaixo)
“Quando o produtor envia sua cana para a usina, e tem que dar voltas de 30km a 40km por conta de estradas sem condições, isso representa um custo muito alto do transporte e inviabiliza a produção”, frisa o secretário. (Leia mais abaixo)
Almy Junior destaca o papel da agricultura no contexto da produção em Campos.
— Da Baixada Campista saem caminhões de abacaxi e quiabo para as Ceasas de várias partes do Brasil. Temos o leite, que sai daqui para as envasadoras das grandes empresas, já que Campos é ainda o maior produtor de leite do Estado. Já produziu bem mais, mas continua sendo o primeiro. De derivados do leite, já temos 15 queijarias legalizadas no muncípio. E faço um apelo: compre o queijo de Campos, que é de excelente qualidade, e também porque o dinheiro vai circular em seu município. (Leia mais abaixo)
Como braço importante de apoio às atividades da bacia leiteira, o secretário destacou ainda o Programa Campos Leite que inclui a aquisição de resfriadores de leite para associações de produtores; a assitencia técnica para melhorar a pastagem, além do apoio e assistência também às 15 pequenas queijarias em parceria com pesquisadores de Uenf. (Leia mais abaixo)
Para Almy Junior, Campos possui recursos hídricos fabulosos, com 150 km de leito d’água, “mas uma riqueza inexplorada”
— Nós temos aqui o que chamo de rota do pescado que começa na região do Imbé, na Cachoeira do Mocotó, nos rios Urubu, Opinião, que chegam na Lagoa de Cima, e o Rio Ururaí que chega na Lagoa Feia, passa pelo Canal das Flexas e sai no Açu. O pescado no Farol, no ápice da produção, dali saíam cerca de 15 toneladas/dia de camarão. Precisamos reestruturar o Terminal Pesqueiro de Farol de São Thomé, e vamos concentrar esforços para isso. Na Lagoa Feia, são 250 pescadores sem estrutura alguma. Já temos também recursos liberados para construir ali um ancoradouro a fim de que o pescador possa ancorar seus barcos e retirar sua produção. (Leia mais abaixo)
Outro obstáculo para o desenvolvimento da agricultura em Campos, sobretudo os pequenos produtores, é o acesso ao crédito.
— A dificuldade do acesso ao crédito é um problema sério porque grande parte dos pequenos produtores não consegue reunir a documentação exigida pelos bancos e outras organizações financeiras. Temos aqui assentamentos nesta situação, mas o Incra não aparece para resolver a situação. Na prefeitura há o Programa de Regularização Fundiária, já fizemos reuniões com assentados, e vamos chamar o Incra, os cartórios e os bancos para solucionar este problema — afirmou ainda Almy. (Leia mais abaixo)
Almy Junior, que além de ser engenheiro agrônomo, com mestrado e doutorado em Produção Vegetal, foi reitor da Uenf e presidente da Sociedade Brasileira de Fruticultura, aposta que o futuro de Campos está na agricultura. (Leia mais abaixo)
— O petróleo é nossa realidade atual, mas o futuro de Campos, com sua extensão territorial e todas essas potencialidades, está na agricultura. Na produção de alimentos. O governo passado investiu R$ 1 milhão na agricultura. Nós já investimos R$ 50 milhões e vamos chegar a R$ 150 milhões. Como engenheiro agrônomo posso fazer esta avaliação que onde há uma agricultura forte há desenvolvimento, inclusão social, emprego e renda”, finalizou. (Veja vídeo da entrevista abaixo)