O papa Leão XIV celebrou na manhã deste domingo, 18, a missa de entronização, cerimônia inaugural que marca oficialmente o início do pontificado à frente do Vaticano e da Igreja Católica. A celebração, realizada na Basílica e na Praça de São Pedro, durou cerca de duas horas, das 10h às 12h no horário local (das 5h às 7h no fuso de Brasília). (Leia mais abaixo)
Antes do início da celebração, Leão XIV foi até a tumba de São Pedro, considerado o primeiro papa da História, e fez orações diante das relíquias. Em seguida, dirigiu-se ao altar montado ao ar livre e deu início à missa com dois gestos simbólicos: lançou incenso e aspergiu água benta, em sinal de bênção para toda a Igreja nesta nova etapa do pontificado. Na homilia, o papa fez um apelo por união e compaixão entre os povos, além de criticar o modelo econômico que esgota os recursos naturais e exclui os mais vulneráveis — discurso que remete ao de seu antecessor, Francisco. Leão XIV também defendeu uma Igreja Católica coesa, capaz de ser um “fermento” de esperança e de unidade para um mundo em busca de reconciliação.
“Quero uma Igreja unida, que seja fermento para um mundo reconciliado. Ainda vemos demasiado dano e discórdia causadas pelo ódio por um paradigma humano que explora os recursos da terra e marginaliza os pobres. (…) Dentro dessa massa, queremos ser um pequeno fermento de esperança e de unidade. Olhai para Cristo, aproximem-se dele. Escutem a palavra de amor para que se torne sua única família.” (Leia mais abaixo)
Durante a cerimônia, o pontífice recebeu dois símbolos importantes do novo ministério: o Pálio, faixa branca de lã que representa o papel do papa como pastor à frente da Igreja, e o Anel do Pescador, peça exclusiva de cada pontificado e utilizada para autenticar documentos oficiais. Os objetos foram entregues ao papa diante do altar, em uma leve modificação do ritual tradicional, feita a pedido de Leão XIV. O novo papa também abriu mão do trono usualmente posicionado atrás do altar. Visivelmente comovido, ele recordou os “dias de tristeza” após a morte de Francisco, como descreveu, quando a Igreja ficou momentaneamente sem liderança.
Leão XIV também defendeu o diálogo entre a Igreja e povos de outras religiões ou regiões onde o catolicismo não é majoritário, um gesto relevante diante da crescente polarização em país de origem, os Estados Unidos, e em outros lugares do mundo. (Leia mais abaixo)
O pontífice afirmou ter sentido uma “intensa presença espiritual de Francisco” durante a cerimônia. A declaração foi feita na saudação final à multidão, acompanhada de agradecimentos aos fiéis, às delegações internacionais e aos representantes de outras tradições religiosas que estiveram presentes na celebração. “Saúdo e agradeço a todos vocês, romanos e fiéis de tantas partes do mundo, que quiseram participar. Uma calorosa saudação aos milhares de peregrinos que vieram de todos os continentes por ocasião do Jubileu das Irmandades. Caríssimos, agradeço porque mantêm vivo o grande patrimônio da piedade popular. Durante a missa, senti forte a presença espiritual do papa Francisco, que do céu nos acompanha.” A cerimônia reuniu milhares de fiéis, além de autoridades e líderes religiosos de vários países. O Brasil foi representado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, a esposa dele e o embaixador Everton Vieira Vargas.