Presidente do Porto do Açu fala sobre exploração de gás natural e aumento da oferta de energia

Fonte de energia produzida pela Equinor será escoada para o Norte Fluminense

Foto: Divulgação.

Postado por Fabiano Venancio – Com a chegada do gás natural produzido pela Equinor na costa do Rio de Janeiro, o Porto do Açu vê oportunidades de ampliar o consumo industrial no estado com projetos de 2 milhões a 4 milhões de m³/dia de demanda firme. “A melhor notícia do ano é a decisão da Equinor e seus parceiros de investir no BM-C-33”, disse José Firmo, presidente do Porto do Açu, à agência Epbr, especializada em energia. Com a oferta, o Porto do Açu vislumbra a instalação de novas plantas de fertilizantes e ferro-esponja briquetado (HBI, na sigla em inglês) se instalarem no complexo portuário, em São João da Barra. (Leia mais abaixo)

O BM-C-33 é um campo de gás natural e condensado na Bacia de Campos, operado pela Equinor em parceria com a Petrobras e a Repsol Sinopec Brasil.  (Leia mais abaixo)

Serão 16 milhões de m³/dia de capacidade de escoamento no gasoduto que será construído até o polo Cabiúnas, em Macaé.  Segundo Firmo, o porto está em busca de novos empreendimentos com demanda industrial firme que possam ancorar a chegada deste gás. “Estamos pisando no acelerador, buscando os investimentos para encontrar então dois grandes demandantes”, explica.  (Leia mais abaixo)

“O primeiro seria uma planta de HBI, que demandaria na ordem de 2 milhões de m³/dia de gás, e uma planta de fertilizantes nitrogenados, que estamos buscando junto com a Toyo Setal, para atrair 1,5 ou 2 milhões de m³/dia”. (Leia mais abaixo)

Em julho, o Porto do Açu já anunciou uma parceria com Toyo Setal para desenvolvimento conjunto de uma fábrica de fertilizantes nitrogenados. (Leia mais abaixo)

O foco inicial é numa tecnologia que utiliza o gás natural como matéria-prima, mas miram, no futuro, a produção de amônia verde a partir do hidrogênio via eletrólise da água. (Leia mais abaixo)

Além disso, o Açu já possui acordos MOUs, NDAs e discussões com mineradoras, grupos siderúrgicos, traders internacionais e investidores institucionais para a implantação de um hub para a descarbonização da cadeia do ferro e aço. (Leia mais abaixo)

“A primeira etapa seria a construção de uma ou mais plantas de HBI (ferro-esponja briquetado) para o mercado doméstico e para exportação”, disse o Porto em nota. (Leia mais abaixo)

Além do BM-C-33, Firmo lembra ainda que a Nova Transportadora do Sudeste (NTS) e a Transportadora Associada de Gás (TAG) atualmente concorrem para conectar o Porto à malha de gasodutos. (Leia mais abaixo)

As duas empresas fecharam acordos com a GNA, joint venture formada por Prumo, bp, Siemens e SPIC, para realizar estudos para o projeto, para abastecer com GNL a termelétrica localizada no porto. (Leia mais abaixo)

“Temos TAG e NTS terminando as suas análises para em um horizonte de nos próximos meses entender e anunciar qual desses dois gasodutos sai primeiro”, disse o executivo.  (Leia mais abaixo)

Há duas opções: O Gasog (45 km) se conectaria à rede da TAG e teria capacidade de até 15 milhões de m³/dia na saída do terminal de GNL e 16 milhões de m³/dia na entrada do porto;

O Gasinf (105 km), interligado ao terminal de Cabiúnas, em Macaé, via rede da NTS, teria capacidade para receber até 10 milhões de m³/dia da planta de GNL e entregar ao Açu até 12 milhões m³/dia (podendo chegar a 18 milhões de m³/dia). (Leia mais abaixo)

“É uma construção toda em paralelo: gasoduto, molécula, demandantes. Tudo ao mesmo tempo para criar no Açu o tão esperado Cluster de gás de alta eficiência e competitividade”, completou Firmo.(Leia mais abaixo)

O BM-C-33 – Em maio deste ano, a Equinor, que opera a área exploratória BM-C-33 e tem como sócias no projeto a Repsol Sinopec (35%) e a Petrobras (30%), anunciou a decisão final de investimento no projeto em águas profundas da Bacia de Campos. (Leia mais abaixo)

O projeto, onde está a descoberta de Pão de Açúcar vai demandar US$ 9 bilhões em investimentos e extrair reservas de óleo e gás acima de 1 bilhão de barris de óleo equivalente (boe). O início da produção está previsto para ocorrer em 2028. (Leia mais abaixo)

O FSPO que será contratado para Pão de Açúcar será projetado para produzir 16 milhões de m³/dia de gás natural e a ideia é interligar o futuro campo ao Terminal de Cabiúnas, em Macaé.

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