Ele é conhecido e desejado por muitos diariamente, mas há quem diga que é o vilão dos insones, pois se tomá-lo depois das 16h, a pessoa não dorme nem desliga de jeito nenhum. Será mesmo? O fato é que, ao acordar, o pretinho que satisfaz com um cheirinho delicioso saindo do bule, acompanhado de um pão francês ou não, deixa a todos com um gosto de quero mais.fotogaleria Também pode ser usado quando se recebe visitas em casa, nas rodas de conversa com amigos e, como diria um colega, quando tudo está mais ou menos ou a mente precisa de um tempo, vamos dar uma pausa para… o café, é claro. No dia 24 de maio, comemora-se o Dia Nacional do Café e, apesar da alta no grão, o amor do brasileiro parece resistir a qualquer desafio — até mesmo à disparada dos preços. (Leia mais abaixo)
Em 2025, o valor da saca de 60 quilos de café arábica atingiu R$ 2.769, o maior patamar já registrado. A alta foi impulsionada pela quebra da safra global, especialmente no Vietnã, e por uma demanda crescente no mercado internacional. O especialista em gestão de supermercados Leandro Rosadas afirma que o aumento foi grande: “O café registrou uma alta de 30% somente em relação a 2025. Esse movimento ocorre pelo aumento do preço internacional, impulsionado também pela queda da oferta global, principalmente com a redução da safra no Vietnã, que passou por problemas climáticos”, diz ele.
Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o café teve um aumento de 30% somente em 2025 para o desespero dos viciados na bebida. O jornal O DIA fez uma matéria em fevereiro deste ano sobre a alta e uma aposentada, inclusive, disse que reciclava o café aproveitando o pó da manhã para o lanche da tarde a fim de economizar. (Leia mais abaixo)
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) , foram consumidas 21,916 milhões de sacas em 2024. Os números apontam que o consumo da bebida no Brasil entre novembro de 2023 e outubro de 2024 registrou um aumento de 1,11% em relação ao período anterior, considerando dados de novembro de 2022 a outubro de 2023. Tal volume representa 40,4% da safra de 2024, que foi de 54,21 milhões de sacas, segundo a Conab – Companhia Nacional de Abastecimento. O Brasil segue como o maior consumidor dos cafés nacionais.
O Sudeste segue liderando a demanda, com destaque para o Rio de Janeiro, onde o café faz parte do cotidiano, seja no balcão da padaria, nos escritórios, nos consultórios médicos, não em todos por conta do preço, ou nos muitos restaurantes da cidade. (Leia mais abaixo)
Benefícios para a saúde Além de sabor e tradição, o café carrega uma série de benefícios à saúde mental e física. Mas, além do sabor marcante, a bebida pode ser uma importante aliada no combate ao Alzheimer. Cientistas do centro de pesquisas francês Lille Neuroscience e Cognition descobriram que a cafeína pode auxiliar a retardar a progressão da doença.
Uma pesquisa publicada pela revista científica “Alzheimer’s & Dementia” confirmou uma suspeita que já existia há algum tempo: o consumo de cafeína está relacionado a um menor risco de comprometimento cognitivo leve (CCL) ou de doença de Alzheimer. (Leia mais abaixo)
O consumo moderado de café, geralmente entre duas a quatro xícaras por dia, está associado à redução do risco de várias doenças crônicas. Entre elas, destaca-se o menor risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson, além de doenças cardiovasculares. Esses benefícios são atribuídos à ação combinada da cafeína e dos antioxidantes presentes no grão. “O café tem algum impacto na saúde mental e no bem-estar emocional. Isto porque a cafeína é um estimulante do sistema nervoso central, levando a um aumento da atividade cerebral e à libertação de neurotransmissores como a dopamina e a noradrenalina, que contribuem para a sensação de satisfação e felicidade”, afirma a psicóloga portuguesa Patrícia Barrão Gens.
De acordo com a profissional, quando consumido de forma moderada e regrada, o café contribui para: a melhoria do humor; da capacidade de atenção e concentração, para a redução do risco de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. “Estudos mostram igualmente, que o consumo moderado de café pode estar associado a um menor risco de depressão e a um aumento da sensação de bem-estar”, diz. Aliado do emagrecimento Para a nutricionista Thays Pomini, o café é também um aliado na estética e no desempenho físico. “A cafeína aumenta o estado de alerta, melhora o desempenho cognitivo e pode potencializar os treinos. Os polifenóis e diterpenos ajudam a reduzir processos inflamatórios e proteger as células contra danos oxidativos.” (Leia mais abaixo)
No entanto, o momento de ingerir o café ao longo do dia pode impactar significativamente seus efeitos. Recomenda-se evitar o consumo próximo ao horário de dormir, não ingerir cafeína entre 15h e 17h, dependendo da sensibilidade de cada um, pois ela pode interferir na qualidade do sono, levando a insônia ou sono fragmentado. Outro ponto importante é evitar o consumo em jejum para pessoas mais sensíveis, porque pode aumentar a irritabilidade gástrica.
A nutricionista Laíta Babio reforça: “Tomar café pode ser, sim, parte de um estilo de vida saudável, com moderação e atenção aos sinais do corpo. Apreciar essa bebida tão querida do nosso dia a dia pode trazer benefícios, melhorar o humor e até proteger contra algumas doenças. Mas como tudo na vida, equilíbrio é a palavra-chave!”. (Leia mais abaixo)
No Centro de Estética da biomédica Adriana Lima, na Penha, um novo tratamento tem chamado a atenção de quem busca emagrecimento com inovação e resultados naturais: a enzima emagrecedora de cafeína. A técnica consiste na aplicação de ativos com base na cafeína, substância conhecida por seu efeito termogênico, que ajuda a acelerar o metabolismo, estimular a queima de gordura e reduzir medidas de forma localizada.
“A cafeína é um dos ativos mais estudados no combate à gordura localizada. Quando aplicada por meio de enzimas, ela potencializa a lipólise, que é a quebra da gordura, e melhora a circulação, contribuindo para resultados visíveis em poucas sessões”, explica a Dra. Adriana. Segundo ela, o protocolo é minimamente invasivo, seguro e pode ser aliado a outros procedimentos estéticos e hábitos saudáveis para potencializar o emagrecimento. (Leia mais abaixo)
‘Xícara para despertar’
Para a empresária Sarah Monteiro, o café é mais do que uma bebida saudável. Na correria do dia a dia, passou a ser um estimulante e também um momento de conforto. “Eu não tomava café. Comecei a apreciar a bebida já adulta. Hoje, já é um hábito. Todos os dias de manhã preciso tomar minha xícara para despertar para as funções do dia a dia. Além disso, virou um hobby, amo ir às cafeterias e experimentar um momento de degustação e relaxamento. É o meu momento”. (Leia mais abaixo)
Desenvolvimento no Vale do Paraíba
A história do café no Brasil começa no século XVIII, com a introdução da planta no Pará em 1727, através do sargento-mor Francisco de Melo Palheta, que a contrabandeou da Guiana Francesa. No entanto, o grande desenvolvimento da cafeicultura brasileira ocorreu no Rio de Janeiro, especialmente no Vale do Paraíba, por volta de 1760, impulsionado pelo clima favorável e a proximidade do porto do Rio de Janeiro. A produção de café rapidamente se tornou a principal atividade econômica do Brasil, dando origem ao “Ciclo do Café”, que durou por mais de 100 anos.