Jornalista campista lança documentário no Museu da Cultura e da História Afro

Após exibição, a partir das 10h, haverá também um debate sobre racismo estrutural e mulheres negras

Foto: Divulgação.

O documentário Cores Pretas, dirigido pela jornalista campista Stella Tó, será exibido no próximo sábado (19), às 10h, no Museu da História e da Cultura Afro-brasileira (Muhcab), no Rio. A proposta do documentário, que já foi exibido no Museu Histórico de Campos, em 2018, é fomentar o longo e intenso debate sobre mulheres negras que ocupam lugares estratégicos e relevantes na sociedade e enfrentam sistematicamente a violência do racismo.

A exibição será seguida de roda de conversa, que já conta com a presença confirmada da deputada estadual Dani Balbi, da assistente social Simone Ramos e da doula Livia Tó. O filme, que é Patrimônio Cultural de Campos faz uma costura entre a vida de cinco mulheres negras, que narram suas vivências de enfrentamento ao racismo e que, ainda assim, vislumbram possibilidades de construir caminhos frutíferos para as próximas gerações. (leia mais abaixo)

A exibição do documentário faz parte da programação oficial do Muhcab, que traz ainda curso de letramento racial, lançamento de livro, abertura da exposição Contemporânea Ancestral, dramaturgias afirmativas de Jongo e roda tradicional de samba, no mesmo dia da exibição. (leia mais abaixo)

Para a jornalista Stella Tó essa é uma oportunidade de reunir mulheres negras que se destacam em diferentes frentes para compartilhar suas trajetórias de lutas. “Quando ocupamos lugares estratégicos de decisão é preciso reafirmar o quanto nossos passos são relevantes e convocar as nossas para andarmos juntas. Não existe empoderamento único. A gente só consegue caminhar com firmeza quando damos passos em coletividade”, ressaltou Stella Tó. (leia mais abaixo)

Mulher negra no centro do debate

Segundo dados da República.org, o Brasil é composto por 51,1% de mulheres, sendo 44% mulheres autodeclaradas pretas e pardas. No entanto, ao comparar cargos de liderança na administração pública, por exemplo, as mulheres negras ocupam menos de 12% dos cargos de gestão na esfera federal. Mesmo ocupando esses lugares de liderança, a estrutura do racismo atravessa a trajetória dessas mulheres. Seja por microviolências diárias, seja por salários menores, seja por macroviolências quando estão fora de seus lugares de poder. A roda de conversa com o tema “Racismo estrutural e os atravessamentos na vida de uma mulher negra” pretende trazer para o centro do debate de que forma o Brasil está sendo pensado e estruturado para dar, não só visibilidade, mas possibilidades de existência plena para a maioria das mulheres que sustentam o país.

Relacionados