Hemocentro de Campos participa de importante pesquisa em parceria com a Fiocruz

Objetivo é pesquisar agentes infecciosos que geralmente não são pesquisados, como os roedores (ratos), que são agentes de doenças humanas de elevada letalidade

Foto: Divulgação / HFM.

Em parceria com a Fiocruz, o Hemocentro Regional de Campos trouxe a Infectologista e Pesquisadora, Elba Lemos, para acompanhar um estudo de caso de agentes zoonóticos. O objetivo é pesquisar agentes infecciosos que, geralmente, não são pesquisados, como os roedores (ratos), que são agentes de doenças humanas de elevada letalidade como as febres hemorrágicas e as infecções do sistema nervoso central. (leia mais abaixo)

 

Em alguns bairros de Campos foram encontrados roedores com o vírus da coriomeningite linfocítica (LCMV). A transmissão desses agentes zoonóticos aos seres humanos ocorre por contato direto, por meio da inalação de aerossóis contendo partículas virais procedentes de urina, fezes, secreções nasais e saliva de roedores infectados. Pessoas que tiveram contato com esses animais, mesmo sem saber, correm risco de contágio, podendo até evoluir para uma meningite viral. Pacientes com quadros de imunidade baixa, transplantados, soro positivos e gestantes correm grande risco, caso sejam contaminados. (leia mais abaixo)

 

“A doença não tem cura, mas existe tratamento adequado para ser exposto pela Fiocruz. Por isso a importância da vacinação em humanos e em animais para controlar esses tipos de contatos de transmissão zoonótica”, ressaltou a pesquisadora Elba.

 

Diante da necessidade de complementar a pesquisa sobre esses agentes zoonóticos, que podem estar associados com doença ocupacional, o estudo teve como objetivo investigar a prevalência de infecção por LCMV, com um levantamento dos cadastros de doadores de sangue de 2016 até 2022, para fazer um mapeamento da doença. Para realizar esse estudo, foi feito um comparativo de fichas de doadores do Hemocentro de Campos como parte de um projeto, visto que quando se vai para uma doação vários agentes patológicos são investigados, como HIV, Hepatite B e C, dentre outros. Mas como esse vírus não é comum, acaba não sendo investigado.

 

A diretora técnica do Hemocentro Regional de Campos, Sandra Chalhoub, explica que há poucos estudos sobre essa doença no Brasil, mas já existem relatos de casos em Salvador, Bahia e Rio de Janeiro. “Não existe transmissão viral entre humanos, mas pode ocorrer pela doação de sangue contaminado não investigado e também doações de órgãos”, explicou. (leia mais abaixo)

 

De acordo com Elba, a Fiocruz possui o teste que já foi elaborado, mas que necessita de apoio e custeio. “O teste está associado à pesquisa e a vigilância, mesmo tendo custo alto, a ideia é ampliar em larga escala e até salvar a população desse tipo de contágio”, disse.

 

Outros Estudos de Doenças Zoonoticas

 

A infectologista Elba também orienta o estudo de caso do vírus Bartonelose, ou doença da arranhadura do gato. Uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria do gênero Bartonella. Possui distribuição mundial, sendo mais prevalente em áreas favoráveis ao desenvolvimento de pulgas. “Para o paciente que tem anemia falciforme e vive quase diariamente sendo transfundido, é de suma importância que não receba nenhum tipo de vírus por meio das doações”, destacou. (leia mais abaixo)

 

Como evitar o Contágio de LCMV e Bartonelose

 

– Evitar deixar alimentos expostos em bancadas indevidamente;

– Não acumular lixo dentro e fora de casas e comércios que possam atrair ratos;

– Manter ambientes limpos e higienizados sempre com armadilhas para exterminar roedores;

– Manter os gatos vacinados;

– Lavar as mãos com frequência e higienizar os alimentos de forma adequada.

 

A importância da vacinação

 

As zoonoses representam em torno de 82% das doenças infecciosas emergentes, sendo apontadas como um sério problema para a saúde pública mundial. A zoonose é uma doença infecciosa causada por um patógeno que se originou em animais, mas pulou para os seres humanos, diretamente ou por uma espécie intermediária. Os animais, portanto, desempenharam um papel essencial na manutenção de infecções zoonóticas, bacterianas, virais ou parasitárias na natureza, por isso é importante manter a vacinação do seu animal, em dia. (leia mais abaixo)

 

Por isso é importante divulgar as campanhas do CCZ da cidade, vacinar os pet, permitindo que ele permaneça saudável. Assim, a proteção das pessoas estará garantida contra os agentes circulantes dessas doenças. A vacinação previne o contágio de um animal para o outro.

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