Educação Especial Inclusiva. Esse foi o tema desta semana do Hora da Educação. O programa, apresentado pelo secretário de Educação, Ciência e Tecnologia Marcelo Feres, recebeu a coordenadora da Educação Especial Inclusiva e dirigente da Escola de Aprendizagem Inclusiva (EAI), Carolina Carmo.
Carolina é mineira, da cidade de Belo Horizonte, formada em Fonoaudiologia, mas desde 2002 atua na área de Educação e há 2 anos na coordenação de Educação Inclusiva. Ela fez especialização em Linguagem e Fonoaudiologia Educacional, sendo ainda Mestra em Saúde da Criança e do Adolescente e Doutora em Cognição e Linguagem.
De acordo com a coordenadora, hoje, a Rede Municipal tem 1795 crianças com necessidades educacionais especiais, um número que cresce a cada dia. E, para ter um olhar mais atento para esse público, ano passado foi criada a Escola de Aprendizagem Inclusiva, situada na Cidade da Criança Zilda Arns.
“A gente pensou numa escola onde a convivência pudesse ser compartilhada entre crianças típicas e não típicas. Lá, a gente funciona a partir de oficinas, então, dentro da escola eu tenho crianças com deficiência, sem deficiência e com necessidades educacionais especiais e neurodiversas, ou seja, temos crianças que são levadas a construir a própria aprendizagem em um lugar de convivência. Temos oficinas específicas como a de Braille e Libras, além das de intervenções pedagógicas, que são pequenos grupos onde podemos desenvolver a alfabetização. Temos ainda oficinas de música”, explicou Carolina. A faixa etária é de 3 a 8 anos”, explica a coordenadora.
Carolina explicou que quem faz a triagem do aluno para participar da Cidade da Criança é a escola. “Os pais não precisam vir ao espaço, é só conversar com o professor ou diretor que ele vai avaliar a necessidade dessa criança e se for necessário vai nos encaminhar. Um dos critérios para ser incluída é que os pais acompanhem de perto todo o tratamento do filho”, diz.
A criança frequenta o local 2 vezes por semana, permanecendo por 2 horas nas atividades. Esse tempo foi definido levando em consideração as dificuldades dos pais que necessitam trabalhar ou estar em outras atividades. “As crianças que tem cegueira ou deficiência auditiva todas são acolhidas, independente de onde a escola esteja localizada. Então, tem lugar para todo mundo que precisa aprender Braille, Soroban ou Libras”, diz Carolina.
“A Escola de Aprendizagem Inclusiva ainda é algo novo, tem menos de 1 ano. Sua implantação foi um processo muito bem pensado, visitamos várias instituições e elaboramos um espaço que pudesse ser compartilhado com todos. Esse envolvimento da família é fundamental porque a aprendizagem e a convivência inclusiva estão direcionadas à sociedade aos pais que são os mais interessados no processo de inclusão”, ressaltou Marcelo Feres.
CAPACITAÇÃO
A coordenação de Educação Inclusiva é responsável pela realização de capacitações como por exemplo as que acontecem na Cidade da Criança. Atualmente, há um treinamento no qual são chamadas 10 escolas para participar. “Todos os profissionais da unidade que queiram podem fazer parte e a gente foca principalmente no Plano Educacional Individualizado. A primeira etapa foi feita com as creches e todos os profissionais foram convidados. 20 escolas já participaram.
Carolina também falou sobre a Lei nº 9.145 que institui a Política Municipal de Atendimento para Educação Especial Inclusiva em Campos. “Através dessa lei pudemos contratar cuidadores e mediadores. O cuidador presta atendimento aos alunos que necessitam de apoio no âmbito da alimentação, higiene, locomoção e atuação em todas as atividades escolares, visando atender suas necessidades básicas – fisiológicas, higiene e afetivas. E o mediador visa apoiar os professores das salas de ensino regular, no desenvolvimento do planejamento pedagógico e nas atividades pedagógicas dos educandos, público alvo da Educação Especial”. O município está no segundo processo seletivo para contratação desses profissionais.