Será que a música realmente pode afetar o bem-estar, o aprendizado, a função cognitiva, a qualidade de vida e, até mesmo, a felicidade? Pelo jeito, sim! De acordo com dados de uma pesquisa recente, a música pode impactar o bem-estar cognitivo e emocional:
- Os ouvintes de música tiveram pontuações mais altas para o bem-estar mental e níveis ligeiramente reduzidos de ansiedade e depressão em comparação com as pessoas em geral;
- Dos entrevistados do estudo que atualmente vão a apresentações musicais, 69% classificaram sua saúde cerebral como “excelente” ou “muito boa” em comparação com 58% para aqueles que foram no passado e 52% daqueles que nunca compareceram;
- Dos que relataram muitas vezes serem expostos à música quando criança, 68% classificaram sua capacidade de aprender coisas novas como “excelente” ou “muito boa” em comparação com 50% daqueles que não tiveram contato com a música na infância;
- Estar ativamente envolvido com a música, incluindo entre aqueles com mais de 50 anos, foi associado a maiores taxas de felicidade e boa função cognitiva;
- Adultos sem exposição musical precoce, mas que atualmente se envolvem em alguma apreciação musical, mostram pontuações acima da média de bem-estar mental.
Como tudo isso acontece?
Para que a música traga todos esses benefícios para a nossa saúde e, em especial, para o cérebro, existe uma série de fenômenos que acontecem e explicam tudo isso. Entenda melhor quais são:
A música ativa quase todo o cérebro
A música tem se mostrado capaz de ativar algumas das mais amplas e mais diversas redes do cérebro. Ela aciona o córtex auditivo nos lobos temporais perto dos ouvidos, mas isso é apenas o começo.
A música impacta diferentes partes do cérebro envolvidas com as nossas emoções, uma variedade de regiões de memória e, curiosamente, a música ativa o sistema motor – a “central” que permite ao corpo humano realizar todos os seus movimentos naturais.
Use ou perca
Mas por que ativar todo o nosso cérebro é tão importante? Bem, você já ouviu a expressão, “Se você não usá-lo, você vai perdê-lo”? Acontece que isso é verdade quando falamos do cérebro.
As vias cerebrais – e até mesmo redes inteiras – são reforçadas quando são utilizadas e enfraquecidas quando não são. Ou seja, o cérebro não vai se preocupar em manter um caminho cerebral forte quando não é usado há muitos anos, ele usará os neurônios nesse trajeto para outra coisa.
Um exemplo é quando deixamos de falar um outro idioma sem ser a nossa língua materna por muitos anos. Várias das antigas vias se degradaram e os neurônios estão sendo usados para outros fins, o que pode tornar a comunicação através desse segundo idioma muito mais difícil.
Redes cerebrais mais fortes
Então, como a música promove o bem-estar, melhora a aprendizagem, estimula a função cognitiva, melhora a qualidade de vida e até induz a felicidade? A resposta é, como a música pode ativar quase todas as regiões e redes cerebrais, ela é capaz de ajudar a manter uma infinidade de caminhos cerebrais e redes fortes, incluindo aquelas que estão envolvidas no bem-estar, no aprendizado, na função cognitiva, na qualidade de vida e na felicidade.
Na verdade, há apenas uma outra situação em que você pode ativar tantas redes cerebrais de uma só vez: quando participamos de atividades sociais.
Inclua a música no dia a dia
Como incorporar música em sua vida? Isso é fácil de fazer. Embora a pesquisa citada no início desse texto tenha descoberto que aqueles que ouviram ativamente música mostraram os benefícios cerebrais mais fortes, mesmo aqueles que escutaram “indiretamente” também tiveram aspectos positivos.