Depois das polarizadas eleições deste ano, a Copa do Mundo, no Katar, agora monopoliza as atenções do campista e do brasileiro de modo geral, quando torcedores discutem qual a seleção ideal, as chances do Brasil na competição, os convocados e os jogadores que ficaram de fora. O Campos 24 Horas mostra nesta matéria especial o que muitos não sabem: Campos, tradicional celeiro de craques e grandes talentos, teve sempre presença marcante em Copas do Mundo com uma seleta lista de craques, desde o primeiro Mundial no longínquo ano de 1930. O maior deles, Waldir Pereira (1928-2001), o Didi (foto acima), bicampeão mundial em 1958 (na Suécia) e 1962 (Chile). Nos gramados do Velho Mundo, Didi atravessou o Atlântico para ser considerado o maior jogador daquele Mundial que lhe abriu as portas para a consagração e da própria consolidação do futebol brasileiro no cenário mundial. Mostramos ainda a trajetória de outros jogadores campistas, como Amarildo, Pinheiro, Denilson, Edevaldo e Policarpo. (Leia abaixo)
Didi começou sua carreira no extinto Industrial, passou pelo São Cristovão (Campos), Americano e Rio Branco, antes de ser contratado pelo Madureira, depois Fluminense, Botafogo, Real Madrid, Sporting Cristal (Peru), Vera Cruz (México) e São Paulo. Como treinador, dirigiu o Cruzeiro, Fluminense, River Plate, São Paulo, Fenerbache (Turquia), Al-Ahli (Arábia), Alianza (Lima) e Bangu, entre outros. Na Copa de 1962, comandou a seleção do Peru. (Leia mais abaixo)
No Chile, Amarildo, hoje com 82 anos, foi outro campista que viria se consagrar com a famosa camisa brasileira, marcando gols decisivos para que o Brasil assegurasse o bicampeonato mundial, ao substituir ninguém menos que Pelé, contundido. Tanto fez que acabou contemplado com o epíteto de O Possesso, epíteto da lavra do cronista e escritor Nélson Rodrigues. (Leia mais abaixo)
Amarildo começou nos infantis do Goytacaz, onde atuou ainda pelos juvenis, foi levado para treinar no Flamengo, onde não ficou em razão de implicância do técnico Fleitas Solich. O Botafogo foi rápido no gatilho e trouxe o atacante para General Severiano, onde viria jogar ao lado do próprio Didi. (Leia mais abaixo)
O cartaz proporcionado por suas atuações com a gloriosa campanha no bicampeonato e os gols com a camisa do Botafogo bicampeão carioca (61-62) levaram Amarildo para o futebol italiano, onde o todo poderoso Milan desembolsou uma respeitável soma para levar o artilheiro. Depois jogou na Fiorentina, Roma e Vasco. (Leia mais abaixo)
Antes, porém, no primeiro Mundial, em 1930, no Uruguai, o atacante Policarpo Ribeiro (1909-1986), o Poli, foi o primeiro e único jogador a ser convocado para uma Copa do Mundo e jogando num clube campista. Saiu direto do Americano para disputar a competição inaugural em Montevideo. (Leia mais abaixo)
Em 1954, na Suíça, o zagueirão Pinheiro (1932-2011) foi outro campista a representar a planície goytacá naquele Mundial. João Batista Carlos Pìnheiro começou a carreira no Americano, de onde saiu para o Fluminense, em 1948. Jogou também no Canto do Rio, Bonsucesso e Bahia. Como treinador dirigiu o próprio Fluminense, Americano, Goytacaz, Botafogo, Cruzeiro, Bangu, Náutico e América-MG. (Leia mais abaixo)
Em 1966, na Copa da Inglaterra, foi a vez de Denílson, hoje com 79 anos, o quarto campista a ser convocado para disputar um Mundial. O volante símbolo do Fluminense não chegou a atuar por equipes de Campos, sendo logo transferido para os juvenis do Madureira, antes de se consagrar no Tricolor das Laranjeiras, a pedido do próprio Pinheiro, que assumira o comando dos juvenis do clube carioca. (Leia mais abaixo)
O Rei Zulu, como entoava o locutor Waldir Amaral, jogou ainda no Rio Negro (AM) e Vitória (BA). No rubro-negro baiano começou a carreira como treinador e também dirigiu o Goytacaz. (Leia mais abaixo)
Edevaldo, o incansável lateral direito, que começou a carreira como atacante nos juvenis do Goytacaz, foi outro campista a disputar a mais importante competição internacional de futebol, na Copa do Mundo, de 1982, disputada na Espanha, de triste memória para os brasileiros. (Leia mais abaixo)
Apelidado como Edevaldo Cavalo, devido à sua impressionante resistência física, começou como profissional no Fluminense, antes de atuar no Internacional, Vasco, FC do Porto, Náutico, Botafogo-SP, América, Vila Nova, Portuguesa-RJ, Pouso Alegre, Mesquita e América Três Rios. (Leia mais abaixo)
Atualmente, Edevaldo de Freitas, de 64 anos, trabalha como assistente técnico das categorias de base do Fluminense. Último campista a ter o privilégio de ser convocado numa para a Seleção Brasileira numa Copa, Acácio foi ao polêmico Mundial de 1990, na Itália. O goleiro, hoje com 63 anos, que começou nas peladas no bairro Parque Aurora, jogou no Rio Branco, Goytacaz e Serrano (Petrópolis), antes de consagrar com a camisa do Vasco da Gama. Em Portugal, jogou no Tirsense e Beira Mar. De Volta ao Brasil, atuou pelo Madureira. (Leia mais abaixo)
Como treinador, trabalhou no Ceará, Americano, Vasco e Olaria. Ultimamente Acácio vinha atuando como comentarista numa emissora de televisão. (Leia mais abaixo)
O pesquisador Péris Ribeiro lembrou que, independentemente da Copa do Mundo, desde a década de 1920 que Campos cede jogadores para a Seleção Brasileira. “Os primeiros foram Amaro Silveira, pai do Amarildo, jogador do Goytacaz; Mário Seixas, meia atacante, e o zagueiro Soda. Esses dois últimos eram jogadores do Americano. Os três jogaram a Copa Rio Branco e outras competições sul-americanas”, frisou.