Nesta quinta-feira (12), foi realizada, na sede da Prefeitura de Campos, a última etapa de capacitação do Programa Entrega Voluntária, promovido pela Vara da Infância, da Juventude e do Idoso (VIJI) de Campos. O evento teve como objetivo orientar profissionais de saúde da rede municipal sobre a entrega legal de crianças para adoção, reforçando os direitos das gestantes que optam por essa alternativa. A capacitação contou com a presença de enfermeiras, assistentes sociais, psicólogos e outros profissionais de diversas unidades de saúde do município. (Leia mais abaixo)
A assistente social do programa, Cinthia Paes, destacou a importância do acolhimento e da disseminação de informações sobre o direito à entrega legal. “A ideia é levar a informação onde o acesso é difícil, como nas UBSs de localidades mais distantes, para que as gestantes recebam o acolhimento adequado e saibam dos seus direitos”, afirmou Cinthia, enfatizando que o principal objetivo do profissional de saúde nesses casos é realizar um primeiro acolhimento da gestante e orientá-la sobre os passos seguintes. “O primeiro passo é sempre acolher, sem marginalizar a demanda, e depois encaminhar a gestante para a VIJI, para garantir que ela tenha o suporte necessário”, explicou Cinthia.(Leia mais abaixo)
O programa, iniciado em 2023, já passou por diversas etapas, incluindo reuniões com representantes da rede socioassistencial e seminários sobre a entrega legal. A psicóloga do programa, Monique Pimentel, falou sobre a continuidade do projeto. “A capacitação não se esgota aqui. A mídia continuará veiculando informações sobre o tema e qualquer necessidade de reforço ou esclarecimento será atendida pelos profissionais envolvidos”, destacou Monique.(Leia mais abaixo)
A psicóloga Cleide Neves, do Centro de Referência e Tratamento da Criança e do Adolescente (CRTCA II), reforçou a relevância da descentralização das informações, especialmente em áreas mais distantes. “É fundamental que as gestantes e as mulheres em geral se sintam pertencentes ao território e que a equipe de saúde, presente nas UBSs e nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF), esteja ali para orientá-las”, afirmou Cleide. Ela também destacou a importância de trabalhar as questões relacionadas à adoção legal, especialmente no pré-natal, para evitar o abandono e o preconceito que muitas vezes cercam essas gestantes.(Leia mais abaixo)
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2020 foram entregues voluntariamente 1.051 crianças; no ano seguinte, o número subiu para 1.344; em 2022, foram somadas 1.895 entregas. No ano passado, as entregas de recém-nascidos ficaram em 831 em todo o país. Além disso, Campos possui hoje 147 habilitados no Cadastro Nacional de Adoção.