Já imaginou que em 2050 pode ter mais plástico do que peixe nos oceanos? Essa é a situação prevista caso a quantidade de lixo plástico no mar siga aumentando no ritmo atual. A produção global de plástico cresce mais do que a de qualquer outro material, e aumentou 4 vezes nos últimos 30 anos. Ela deve dobrar até 2060. O seu descarte, é claro, aumentou no mesmo ritmo e bateu 450 milhões de toneladas por ano. (Leia mais abaixo)
Quase 40% dos resíduos vão parar em lixões e na natureza. E apenas 9% do plástico descartado no planeta é reciclado.(Leia mais abaixo)
E o resto? Parte é queimada, outra é enterrada e outra vai parar na natureza, gerando poluentes químicos que contaminam o ar, o solo e a água e produzem gases de efeito estufa ligados à crise climática além de fragmentos minúsculos, os microplásticos, que já foram encontrados no sangue, leite e até cérebro humanos.(Leia mais abaixo)
O plástico é vítima do seu próprio sucesso. Versátil, durável e barato, é um material derivado do petróleo e que revolucionou a vida moderna.(Leia mais abaixo)
Está nos carros e aviões, nos hospitais e nas escolas, no seu celular e na sua roupa, e em quase toda a sua casa. Pode reparar!(Leia mais abaixo)
Metade das embalagens de bens de consumo -do arroz, da água, do xampu, dos produtos de limpeza- são de plástico. E, após o uso, todo esse plástico vai para o lixo porque essas embalagens foram projetadas para o descarte, e não para a reutilização ou reciclagem. É um problema de design e escolha de materiais para o qual algumas empresas estão começando a acordar.(Leia mais abaixo)
Até porque essas mesmas empresas são hoje responsáveis pela gestão dos resíduos que seus produtos geram em lugares como Europa e Coreia do Sul, e também porque certos produtos plásticos, em especial os chamados de plásticos de uso único, descartados depois de minutos, estão sendo banidos por lei em lugares como Austrália, Índia, Hong Kong, Ruanda e Reino Unido.(Leia mais abaixo)
O tema entrou na pauta da Organização das Nações Unidas, que prevê para este ano um Tratado Global de Combate à Poluição Plástica, apesar das reticências de países produtores de petróleo.(Leia mais abaixo)
Esse jogo de forças de gigantes tem como pano de fundo questões técnicas, como as diferentes propriedades e aditivos dos muitos tipos de plástico, o que cria certa confusão sobre o que a gente sequer imagina, mas que tem impacto nas nossas escolhas e práticas do dia a dia.(Leia mais abaixo)
A primeira é dos ícones de identificação dos diferentes tipos de plásticos, criada pela Sociedade da Indústria Plástica dos Estados Unidos em 1988. São números de 1 a 7 dentro de um triângulo formado por três setas, o símbolo da reciclagem.(Leia mais abaixo)
Essa escolha foi criticada porque poderia passar a impressão para os consumidores de que aquele material era reciclável e seria reciclado, o que não é verdade, mas muita gente não sabe.(Leia mais abaixo)
A segunda confusão é quando entra o prefixo “bio”. Bioplástico, por exemplo, tem origem diferente dos combustíveis fósseis usados no plástico tradicional, o que é bom, mas se desintegra em microplásticos poluentes igualzinho ao plástico comum.(Leia mais abaixo)
Já oxibiodegradável, que soa como algo legal, é um plástico de origem fóssil normal com um químico a mais que faz ele virar microplástico mais rápido do que o normal.(Leia mais abaixo)
Por último, nessa confusão, tem empresa que pratica o chamado “greenwashing”, ou seja, que faz alegações falsas sobre práticas sustentáveis.(Leia mais abaixo)
Quando proibiram o uso de canudos plásticos, por exemplo, surgiram produtos que se diziam biodegradáveis. Mas um teste de sete desses canudos descobriu que nenhum deles era biodegradável de verdade.(Leia mais abaixo)
Enquanto pesquisas e preocupações avançam, tem gente de olho em novos materiais que possam substituir o plástico (lembra daquele copo de mandioca? tipo isso) ou que possam torná-lo compostável ou biodegradável na prática, e não só no selinho.